2022

A fagulha para essa intervenção surge ao saber que o ecossistema estuarino da Ilha de Cocaia, na Bahia de Suape, em Pernambuco, Brasil – responsável pela soberania alimentar na região – estava em risco.

Se anuncia um projeto de instalação de um terminal de minérios em seu território e imediatamente nos juntamos a comunidade local para organizar -como parte da tradicional Festa da Ouriçada- um protesto na forma de abraço à ilha.

Context

Ciranda infinita

A primeira ação foi a rememoração das tecnologias sociais presentes no território. A contação de história em roda e a dança, comumente dançada na beira do mar, a ciranda.

Nos reunimos – Nado Batista, Ж e eu– com marisqueiras, doceiras, pescadoras, cozinheiras, ativistas, biólogas, arquitetas, gente do comércio e todxs afim de deixar uma palavra, um verso, um sonho, na letra da ciranda composta coletivamente. Se somaram no percurso Guega, Lis e Davi e ao fim de dois meses de exercício do comum, tínhamos a melodia e letra da ciranda infinita.

No começo de dezembro fomos gravar a ciranda num estúdio em Olinda junto a Laura Firmino. Agradecimentos especiais ao estudio Fruta Pão Records e ao músico Homero Basílio.

A polifonia, a criação desse coro como contra-encenação da cena desenvolvimentista e ecocída em curso — o atentado contra à vida de uma diversidade de espécies presente no estuário de Cocaia— nos animou a criação da coreopolítica – COCAIA VIVE. Com a canção passamos a convidar para a ação no dia da Festa, 13/12/2023.

Ação

No dia da Festa os povos das águas, convocados à coreopolítica – e autoconvocados à celebração — cantando a ciranda, dançando e logo em caminhada, disseram um firme e vibrante NÃO ao projeto do terminal de minérios que se planeja instalar no território ancestral da Ilha de Cocaia.

Fotos e vídeos da Jacaré Filmes / Recife-Pernambuco, Brasil

A ação coreopolítica foi também uma resposta tática e denuncia da violação que as empresas e o Estado perpetraram ao infringir a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que exige a consulta prévia, livre e informada aos povos tradicionais quando forem atingidos em obras em seus territórios. Não houve consulta, assim mesmo dissemos NÃO ao Terminal de Minérios! COCAIA VIVE!

#cocaiavive #naoaoterminalminerios #salvecocaia