FILME + SOM + INSTALAÇÃO

O Sonho do Mar é uma investigação artística, especulativa e poética que parte de uma abdução sobre a agência das ondas do mar nos seres mais-que-humanos, com foco em suas interações com os seres humanos — especialmente os mariscos, iguaria local e fonte de subsistência para as mulheres marisqueiras da Baía de Suape, estuário localizado em Pernambuco, nordeste do Brasil. Este ecossistema é um berçário de moluscos e peixes, onde os mariscos se destacam por sua abundância no encontro entre o rio e o mar e pelos padrões singulares de suas conchas. A coleta dos mariscos é realizada por mulheres em uma trama coletiva de apoio mútuo, cuidado e histórias compartilhadas — em um território que sofreu com o processo de colonização, iniciado no século XVI, e que, desde a década de 1970, enfrentam novas formas de expropriação com a instalação do maior porto do Nordeste. A expansão capitalista e o avanço do neoextrativismo impuseram zonas de sacrifício, promovendo remoções forçadas, enfraquecendo comunidades ribeirinhas e quilombolas, configurando racismo ambiental e comprometendo gravemente o bioma do manguezal, base da subsistência local.                                                            


FILME

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Frames do filme homônimo

SOM

Coro dos mariscos: sonorificação dos padrões marinhos.


INSTALAÇÃO

Jardim das reverberações

A instalação composta de uma seleção de conchas do mar do estuário dispostas numa vitrine, e de um jardim de reverberações formado por areia, um espelho e a escultura-objeto Concreteglomerate. Esta peça foi achada no estuário de Suape (Pernambuco), está feito de concreto da construção das infraestruturas do porto e de mariscos do mangue.